domingo, 12 de junho de 2011

VOLTAS E MAIS VOLTAS

Veja só, meu bem, quantas voltas esse mundo dá.  Eu morei em outro país e já voltei, mudei de profissão e ainda não me achei, mas sigo com tantas histórias e tantos momentos que me fizeram outra. Sou fã de Bergman e ando lendo  filosofia, a vida nem anda tão corrida, pratico esportes, sou feliz. Olho em volta e encontro tanta coisa diferente, as pessoas são mais livres, o clima está mais doido, e eu ando preferindo os dias frios. Veja bem, meu bem, as voltas que esse mundo dá: você aí na minha frente pedindo pra voltar.  E eu aqui tentando lembrar em qual dessas voltas eu te apaguei...

domingo, 15 de maio de 2011

SÁBADO À NOITE

amigos.brinde.música.sorriso.alegria.abraços
confissões.brinde.música.amigos.fotos
maisbrinde.maisfotos.maisabraços.maismúsica
maisabraços.maisalegria.maisamigos.muitapaz




e assim anunciar o nascer do sol
com a melhor companhia que eu poderia ter:

comigo.

domingo, 20 de março de 2011

APENAS MAIS UM DESABAFO

Recentemente eu assisti a uma palestra de um cara que viajava bastante e já foi a lugares mais remotos possíveis em função de um programa de tv. Ele dizia que sua grande lição é que o ser humano é essencialmente igual. Que não importa onde esteja, se for no Brasil ou no interior da Zâmbia, a forma de relacionamento é muito parecida; e que isso acontecia por sermos seres inerentemente sociáveis. E então, para concluir, contou a história de um conhecido do Iémen que nunca havia comido uma pizza, mas que possuia um perfil no facebook.

A questão é que não concordo com isso. Eu acho os seres humanos extremamente diferentes, e isso independe de onde vivem. Inclusive, isso independe de qualquer tipo de variância: sexo, cultura, religião, geografia e seja lá mais o que pode ser de diferente na vida de cada um.  Me surpreendo demais, a cada dia, com a capacidade que alguns têm de doação. Me impressiona a solidariedade de certas pessoas. Me espelho em algumas delas, muitas vezes. E não me refiro a personalidades famosas como a Madre Tereza nem Gandhi. Falo de pessoas reais, que convivem comigo ou as quais já observei por aí. Gente que se sente bem fazendo o bem.

No entanto, também me causa grande surpresa o descaso de outros. Estamos passando por um momento triste e turbulento no mundo. Seja pela fúria da natureza no Japão ou pela inconsequência de um ditador sanguinario na Libia, é fato que muita gente está morrendo nesse exato agora. Sem contar outras desgraças que nem estão tão distantes de nós: podemos vê-las a todo instante, a nossa volta. E enquanto me pego pensando nisso o tempo todo, me perguntando por que certas tragédias acontecem, tentando entender qual é o meu papel no mundo e como posso melhorá-lo, eu vejo pessoas preocupadas com assuntos como o Big Brother, por exemplo. Gente que mal sabe o que se passa com o próximo porque está muito ocupada olhando para o próprio umbigo. Gente que é capaz de demonstrar emoções, mas por motivos completamente equivocados.

E o que eu tenho a dizer é: não, eu não sou igual a essa gente. Que ninguém me venha dizer que o ser humano é essencialmente igual. Um programa de TV, um jogo de futebol ou uma roupa nova não podem despertar em mim algo maior do que sinto quando percebo o que ocorre em minha volta. A futilidade não pode ser levada como um mal necessário, já que ela está fazendo com que vivamos numa sociedade extremamente egocêntrica, sociedade essa que tem transformado os seres humanos em seres desumanos.  Eu insisto: eu não sou assim. E não serei. Porque eu sempre irei chorar ao saber que em algum lugar há alguém sofrendo e não porque fulano de tal foi eliminado no paredão ou por ue ciclano não me adicionou no facebook. As minhas lágrimas valem infinitamente mais do que isso.

domingo, 6 de março de 2011

A INSEPARABILIDADE DO SER

Então era assim: ela sofria porque era livre, e porque a liberdade era essencial a ela como o ar que respirava. E como o ar que respirava era inerente à sua vontade, assim era como sentia-se livre. Porém ela sofria porque ser livre não era e jamais seria normal. Porque poucos são os verdadeiramente livres, poucos são os sem paredes, os sem limites, poucos são os que encaram o horizonte. Mas ela era assim. E se perguntava sempre o que fazia com aquilo, com aquele jeito e aquela vontade que transbordava de viver se jogando e de viver sem amarras. Amarras são seguras, e ela tinha liberdade mas não sabia de nada, ela olhava pra frente e não sabia. Era um conflito entre ser e se aceitar ser. Pessoas normais fazem planos, se prendem, constroem. E o que ela havia levantado até então? E o que ela havia construído? Era tempo de construir? Um dia o tempo de construir chegaria e quando seria tarde demais?

Ela entenderia que a construção mais segura e a mais sólida é aquela que construimos dentro de nós – e não fora. Que a liberdade que ela possuía, apesar de privilégio, não a fazia especial, nem diferente, nem anormal. As pessoas podem ser felizes de diversas formas, mas todas essas formas são sustentadas por uma razão: compreender. Compreender a si mesmo. A liberdade era o que a fazia feliz. Apesar do medo da anormalidade, apesar de olhar em volta e não se reconhecer, apesar de ser diferente. Tentar ser igual é o pior dos caminhos, é escuro e cheio de perigos e é ele que as pessoas escolhem por parecer ser o mais curto. Se todos compreendessem não haveria normalidade, porque todo ser humano é unicamente anormal.

Quanto a ela? Era livre. E seria feliz, enfim.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

UMA PROMESSA

Hoje eu ouvi a frase mais linda de uma pessoa mais do que linda. Eu discursava sobre os meus planos meio loucos para um futuro talvez não muito distante, com a empolgação habitual de quando falo sobre planos. Então, ela, que estava calada, observando com atenção cada movimento que essa empolgação exibe, olha no fundo dos meus olhos com uma certeza avassaladora e um riso de canto quase tímido, e me diz:

Minha querida, eu só desejo muito estar viva para poder ver você mudar o mundo.


Vovó, eu não sei se posso mudar o mundo. Mas um pedacinho dele eu prometo que será melhor.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

FELIZ ANIVERSÁRIO PARA MIM

Hoje deveria ser lindo, deveria fazer sol, deveria ser feliz como uma tarde de verão. Hoje deveria ser domingo, porque os domingos têm o seu valor. Hoje eu deveria estar tranquila, ouvindo as músicas que me fazem bem. Hoje eu deveria estar com quem eu amo, e com quem me ama também. Hoje eu deveria fazer uma pausa e desejar tudo de bom pra mim. Hoje eu deveria receber um abraço bem apertado, daqueles bem demorados, de alguém especial. Hoje eu deveria sorrir, sorrir com a alma, e passar o dia sorrindo assim.

Hoje me disseram que é dia de mel. Mas afinal que dia não é?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

COMEÇANDO 2011

O que me assusta na vida é que tudo é provisório. Tudo passa. Tudo acaba. A dor a alegria a fase boa a fase ruim a doença a saúde o amor a empolgação a paixão a surpresa a tristeza a decepção a sorte o azar. E, ao mesmo tempo, esse é o maior barato da vida. Quando passa um, outro momento vem, oferecendo chances - de um nova visão, de crescimento e até de um outro nascimento. Ainda bem que a vida muda, porque a gente pode mudar. E se não houvesse o momento ruim, não haveria o bom. Porque nós somos assim. Há coisas que nos fazem tão bem que só percebemos quando acabam. E porque acabam.

E é assim que comecei 2011: sabendo que vai passar. Não tenho a ilusão de que terei sorte todos os dias ou de que acordarei animada a cada manhã. O que desejo é reconhecer cada bom dia que se iniciará. Desejo também ter paciência quando as coisas não darem muito certo. E ter a consciência de que vai passar.

Não quero sofrer na alegria prevendo uma tristeza: quero aproveitar a alegria e estar pronta pra tristeza. Quero andar com calma cada passo e concluir cada ciclo.  Quero ter cada momento.  Completo. Vivido na sua plenitude. O que desejo pra 2011 é que ele seja inteiro.