quarta-feira, 14 de abril de 2010

MEDO DE QUÊ?

"A vocês, eu deixo o sono.
O sonho, não!
Este eu mesmo carrego!"


Paulo Leminski

Você tem um sonho para carregar? E ele é mesmo seu ou você está carregando o sonho de outro? Ou você não carrega nada?

Não subestime essas perguntas: elas são difíceis. Pense antes de responder. Se disser que, do fundo do seu coração, você carrega seu próprio sonho e - mais - acredita e vai atrás dele, sou capaz de te dar um abraço. Porque, cara, como isso é raro! E como isso é admirável. E como o mundo precisa disso.

Muitos, ao saberem da minha decisão de pedir demissão do que consideram um bom emprego e ir abraçar o mundo, me chamaram de louca. Outros disseram que admiram a minha coragem. "Aaa como queria fazer isso também" ou "mas você não tem medo?!". Gente, a vida é uma só! O que você tem feito por você? Se não está feliz, faça alguma coisa. Mude. Acabe com essa inércia. Eu tenho feito isso e chamam de coragem. Mas que coragem é essa que é necessária para ser feliz? Eu chamo de amor pela vida, eu chamo de amor por mim. Medo de quê?

Eu sei que não é fácil. Porque às vezes nos acostumamos tanto com o que nos tornamos que esquecemos quem realmente somos. A vida vai seguindo e é fácil ir deixando pra depois. E tem também aquelas inseguranças sobre o futuro, sobre o que os outros vão achar, e até sobre sua real essência. Mas mexa-se.

Quando comecei a repensar minha vida, tirei umas férias para refletir. Me consultei com a astrologia. Fui fazer yoga, terapia, aula de canto, aula de roteiro. Fui me entender. E agora to indo. To indo viver, to indo sorrir, to indo aprender, to indo abrir portas, to indo descobrir qualquer coisa que não achei ainda. To indo! Onde eu vou chegar ainda não sei.  Gandhi,  um cara muito esperto e que sabia das coisas, disse "Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho".  E é por aí que eu vou. Faça o mesmo por você!

4 comentários:

  1. Sensacional! Falamos a mesma língua Mel, algumas pessoas me questionam muito eu agora querer começar um novo curso, dizem que sou louca pra voltar atás, começar tudo de novo... Louca, eu? O tempo tem sempre a mesma duração se vc fizer alguma coisa ou não fizer nada, 2, 3, 4, 5 anos são sempre 2, 3, 4, 5 anos, e aí por diante. Amo minha profissão, meu trabalho, onde cheguei... Mas fazer o que, se eu amo ainda mais a possibilidade de ir mais longe? E pq parar justamente no momento em que estamos cheias de fôlego? Sábias palavras, ai como eu troco energia com esse blog. Belo reencontro. Vai com tudo Mel, a gente sempre pode voltar mesmo sempre que estamos afim, então não há o que temer.
    Concordo, assino embaixo, reintero, passo adiante... Não é fácil, nós sabemos, mas quem foi que disse que tem que ser fácil pra ser bom?

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  2. Vai com tudo!!! Borboleta e beija-flor numa só!!!

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  3. Mel,

    Um texto pra te deixar de despedida. Muitas felicidades e nos vemos por aí sempre!

    beijão,
    Gustavo

    Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela.
    Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
    Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
    Já passei trote por telefone.
    Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
    Já roubei beijo. Já confundi Sentimentos.
    Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
    Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro,
    já me cortei fazendo a barba apressado,
    já chorei ouvindo música no ônibus.
    Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
    Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas,
    já subi em árvore pra roubar fruta,
    já caí da escada de bunda.
    Já fiz juras eternas,
    já escrevi no muro da escola,
    já chorei sentado no chão do banheiro,
    Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
    Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
    Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado,
    já me joguei na piscina sem vontade de voltar,
    já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios,
    já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
    Já senti medo do escuro,
    já tremi de nervoso,
    já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
    Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
    Já apostei em correr descalço na rua,
    já gritei de felicidade,
    já roubei rosas num enorme jardim.
    Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um “para sempre” pela metade.
    Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol,
    Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
    Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.
    E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: “Qual sua experiência?”.
    Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência...experiência...Será que ser“plantador de sorrisos” é uma boa experiência?
    Não!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!

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  4. Celle, estamos 100% em sintonia! E as coisas boas da vida nem sempre são faceis mesmo!...

    Tonia, querida, obrigada pelo apoio de sempre!

    Gus, meu amigo, lindo texto, realmente inspirador... mas quem falou em despedida! Não te deixo mais em paz não!!!

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